Nas reuniões de pauta do programa de TV semanal, o coordenador de produção costumava levar para a cabeceira da mesa um macaquinho de pelúcia, que agitava os bracinhos, batia pratos e gritava um engraçado oh, no!, a cada vez que levava um murro na cabeça – e levava muitos! Toda reunião de pauta descamba para conversas paralelas, piadinhas, fofocas da central de boatos da empresa e comentários sobre futebol, mas o macaquinho não levava cocos na cabeça para fazer a turma se concentrar – o coordenador deixava a conversa fluir solta, sabia que a inspiração surge assim mesmo, de conversas sobre assuntos aparentemente desconexos com o tema principal. O macaco gritava oh, no! quando o coordenador queria lembrar à turma que “idéia não é pauta!”. Ouvia-se a frase oh, no! Idéia não é pauta! dezenas de vezes a cada reunião. Sim, porque em televisão as pautas das matérias exigem bons personagens, dados confiáveis e, sobretudo, um perfeito cálculo do tempo necessário para marcações, deslocamentos, captação de imagens, redação final, edição e pós-produção. Como em toda linha de produção, é preciso compreender em detalhes a relação custo x benefício de cada matéria e, nessa conta, entra também outro fator, que é mensurável apenas após a exibição do produto: a audiência. Um cálculo complexo que leva em conta os movimentos da concorrência, as macro tendências comportamentais e todo tipo de influência externa – da crise mundial aos temas mais recorrentes nas últimas conversas de botequim – e talvez por isso os bons pauteiros sejam beberrões de primeira. Nos modestos bloguinhos não é diferente: se o objetivo for a audiência é preciso, além da atualização permanente, ser tiquinho mais científico na escolha das pautas. De minha parte declaro que não acredito ser possível ganhar fama ou dinheiro nesse ramo, minhas motivações são bem mais modestas – e talvez mais egoístas – escrevo para exercitar um pouco os dedos e para dialogar com gente interessante, taí a Cora para provar que o espaço dos comments pode ser bem mais inteligente. Mas não consigo, por dever de ofício, deixar de notar os movimentos da audiência neste pequeno universo da confraria. Marcos Rocha, por exemplo, mantém um excelente blog em que exercita os princípios do bom jornalismo, leia-se pesquisa séria, informação de qualidade, texto eficiente e furos na concorrência. O contador prova que o PG é muito frequentado, mas pouquíssimos se arriscam nos comentários – confesso que eu mesma passo muito por lá, mas nem sempre me animo a contribuir. Não cabe aqui analisar o porquê, cheguei ao ponto, nesse texto, de esclarecer a que veio a pauta do Verbo de hoje: a constatação óbvia de que a quantidade de pelos pubianos numa mulher continua tema imbatível – se o assunto é audiência! Aqui no Verbo e no Mulheres Imperfeitas , sobraram conversas divertidíssimas que provam, no mínimo, ser os fóruns de discussão na web bem mais interessantes do que as simples enquetes. Note-se que, nesse caso específico, falamos de audiência segmentada e qualificada – um filé, ainda que mignon, no mercado publicitário, tivéssemos nós o Adsense. Pelo exposto, o Verbo decidiu reativar as pesquisas sobre o comportamento de homens e mulheres – sem o menor método científico, como sempre, mas nem por isso com menos valor. Deixo para o fórum a escolha do tema...
........Verbo Feminino........
... É das mulheres, mas os homens podem penetrar!
28.1.09
Oh, no! Uma questão de audiência
Nas reuniões de pauta do programa de TV semanal, o coordenador de produção costumava levar para a cabeceira da mesa um macaquinho de pelúcia, que agitava os bracinhos, batia pratos e gritava um engraçado oh, no!, a cada vez que levava um murro na cabeça – e levava muitos! Toda reunião de pauta descamba para conversas paralelas, piadinhas, fofocas da central de boatos da empresa e comentários sobre futebol, mas o macaquinho não levava cocos na cabeça para fazer a turma se concentrar – o coordenador deixava a conversa fluir solta, sabia que a inspiração surge assim mesmo, de conversas sobre assuntos aparentemente desconexos com o tema principal. O macaco gritava oh, no! quando o coordenador queria lembrar à turma que “idéia não é pauta!”. Ouvia-se a frase oh, no! Idéia não é pauta! dezenas de vezes a cada reunião. Sim, porque em televisão as pautas das matérias exigem bons personagens, dados confiáveis e, sobretudo, um perfeito cálculo do tempo necessário para marcações, deslocamentos, captação de imagens, redação final, edição e pós-produção. Como em toda linha de produção, é preciso compreender em detalhes a relação custo x benefício de cada matéria e, nessa conta, entra também outro fator, que é mensurável apenas após a exibição do produto: a audiência. Um cálculo complexo que leva em conta os movimentos da concorrência, as macro tendências comportamentais e todo tipo de influência externa – da crise mundial aos temas mais recorrentes nas últimas conversas de botequim – e talvez por isso os bons pauteiros sejam beberrões de primeira. Nos modestos bloguinhos não é diferente: se o objetivo for a audiência é preciso, além da atualização permanente, ser tiquinho mais científico na escolha das pautas. De minha parte declaro que não acredito ser possível ganhar fama ou dinheiro nesse ramo, minhas motivações são bem mais modestas – e talvez mais egoístas – escrevo para exercitar um pouco os dedos e para dialogar com gente interessante, taí a Cora para provar que o espaço dos comments pode ser bem mais inteligente. Mas não consigo, por dever de ofício, deixar de notar os movimentos da audiência neste pequeno universo da confraria. Marcos Rocha, por exemplo, mantém um excelente blog em que exercita os princípios do bom jornalismo, leia-se pesquisa séria, informação de qualidade, texto eficiente e furos na concorrência. O contador prova que o PG é muito frequentado, mas pouquíssimos se arriscam nos comentários – confesso que eu mesma passo muito por lá, mas nem sempre me animo a contribuir. Não cabe aqui analisar o porquê, cheguei ao ponto, nesse texto, de esclarecer a que veio a pauta do Verbo de hoje: a constatação óbvia de que a quantidade de pelos pubianos numa mulher continua tema imbatível – se o assunto é audiência! Aqui no Verbo e no Mulheres Imperfeitas , sobraram conversas divertidíssimas que provam, no mínimo, ser os fóruns de discussão na web bem mais interessantes do que as simples enquetes. Note-se que, nesse caso específico, falamos de audiência segmentada e qualificada – um filé, ainda que mignon, no mercado publicitário, tivéssemos nós o Adsense. Pelo exposto, o Verbo decidiu reativar as pesquisas sobre o comportamento de homens e mulheres – sem o menor método científico, como sempre, mas nem por isso com menos valor. Deixo para o fórum a escolha do tema...
26.1.09
Um luxo!
Vinte e cinco anos atrás, só havia duas pousadas: os ricos ficavam no Solar da Ponte e seu chá das cinco e os pobres na modestíssima Pensão do Laurito, na linda rua Direita. Pra comer, apenas um restaurante decente, o Padre Toledo, com espera de 3 horas por um frango ao molho pardo, mas valia a pena. Pequena e mais plana, a cidade era meio ofuscada pela fama do casario de Ouro Preto e, por isso mesmo, preservava o charme da vida que anda devagar. De lá pra cá foram centenas de idas e vindas e a cada vez encontrei uma nova pousada, um novo restaurante, uma nova lojinha, ainda que todas com as mesmas cópias artesanais. Felizmente Bichinho está logo ali, com a genialidade de Toti e sua Oficina de Agosto – e a cada nova visita, encontro (e compro) uma nova e belíssima surpresa. A cidade cresceu em torno do arraial de Santo Antônio da Ponta do Morro, mais tarde Vila de São José Del Rey – ao ladinho da São João do mesmo rei. Desde o começo do século XX tem nome bem menos poético, mas que homenageia o filho mais ilustre – e mais esquartejado – das terras mineiras: Tiradentes. Hoje a pequena Tiradentes já rivaliza com Ouro Preto em turistas ilustres e dá um verdadeiro banho em matéria de comodidades, como pousadas confortáveis, lojas sofisticadas e culinária de primeiro mundo. Cheguei de lá ainda agorinha, já estou com saudades! Fugi, claro, dos passeios pelas ruas apinhadas de lojinhas, pois a época é ingrata, corre a Mostra de Cinema – note-se que é mostra, não festival, ou seja: um desses eventos que não oferecem novidade alguma, mas atraem os turistas e entopem as ruas de jovens com latinha de cerveja. Preferi ficar em casa mesmo, fui hóspede em local privilegiadíssimo, bem em frente à Serra de São José, o casario e as igrejas desenhados aqui embaixo, silêncio de sapos e grilos. E fiquei imaginando meus amigos loucos e agitados da blogosfera naquele cenário idílico, sempre quis usar essa palavra, em bate-papo regado a vinho. Isso sim que é luxo, quem sabe um dia...
22.1.09
Meu amigo japa
É uma vez um japonês, modelo bem brasileiro: amoroso, aberto, aceso, aéreo, agitado, alegre, altruísta, alegre, analítico, anedotista, aplicado, atacado, amigo– só pra ficar na letra “A”. Hipertenso, meio deprê, mas com uma verve humorística de dar inveja. O japa vai descansar uns dias, à espera de que Obama dê um jeito na crise mundial, há de ser rápido! De minha parte aguardo umas visitas, ainda que breves, nem que apenas para desopilar o fígado. Grande beijo, amigo.
20.1.09
Tarefa simples
Bem, quem não viu, visse! - a começar pelo laço chiquérrimo e imenso de Aretha Franklin. Daqui pra frente está fácil: até a próxima sexta, retirar as tropas do Iraque. Até o carnaval, garantir a paz na faixa de Gaza e resolver pequenas questiúnculas no Afeganistão e no Sudão, entre outros. Antes da Semana Santa, dá para acabar com a crise financeira mundial, consertar a previdência e o sistema de saúde e impulsionar as ciências. Até julho, Independence Day, os mexicanos estarão atravessando a fronteira na base da dança do siri, a prisão de Guantánamo já terá virado um memorial e o mundo estará praticando metas mais sérias do que as do tratado de Kioto, faz favor. Estou até pensando em mandar uma cartinha, Barak Obama, Washington DC, minhas demandas são incomparavelmente mais modestas...
12.1.09
Vou descansar!
Tem fim de semana em que aparece tanto evento, em que bebemos e comemos tanto, em que dormimos tão pouco, que a segunda-feira chega pra gente descansar... Você nunca teve uma sensação assim? Pois meu “período de férias”, que nem “período legal” era – apenas alguns dias que eu tinha de “saldo”, isso é, dias que me foram roubados do período legal pela empresa, toda empresa considera esta história de 30 dias um luxo, dá pra descansar em 20, claro, e ninguém tem dinheiro pra viajar um mês inteiro mesmo, os outros 10 dias você tira “quando der” – foi um período de caos, com muitos e variados problemas de ordem diversa, não vale a pena relatar aqui, este não é o espaço. Fato é que voltei hoje ao batente, determinada ao merecido descanso, a caixa de mail tinha 4733 mensagens não lidas, mas nem isso tirou meu humor, quando você encontra 134 páginas de mensagens negritinhas e a informação no rodapé de que há 4815 itens, 4733 não lido(s), é facílimo: basta marcar tudo e deletar, sem nem saber do que se trata. O que for realmente importante vai reaparecer na sua caixa em breve e você sempre poderá responder: “não vi, estava de férias, do que se trata?”. Hoje pude ler 3 jornais, todos parecidos, o primeiro a gente lê atentamente, no segundo nos interessam apenas as diferenças em relação ao primeiro, do terceiro pulamos as manchetes principais, já decoramos tudo. Li também uma revista inteirinha e ainda folheei outras 3, nessas fiquei apenas nas bobagens, coisa bem mais útil nos dias que correm. Os problemas do dia-a-dia eram problemas do dia-a-dia mesmo, nenhum esforço especial ou dor-de-cabeça para tomar decisões complicadíssimas e os problemas sérios ficam sem decisão alguma, porque se 30 dias de férias para os empregados é um luxo, para os diretores a quem cabe decidir as paradas sérias não é, estão todos em merecidas férias de 30 dias, no meio do ano tem um pouco mais, adiam-se portanto os problemas realmente sérios, podemos concluir que não eram urgentes, não cabe dor-de-cabeça. Posso descansar um pouco, ufa!
24.12.08
BOAS FESTAS!
Carlos Drummond |
a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no
limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e
entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.
A educação manda bater na porta de cada um de vocês pra desejar um 2009 bem melhor do que 2008 e bem pior do que 2010. Mas creio que não terei tempo, sorry. Entro de férias em exatas duas horas e volto apenas no meio de janeiro. Não levo celular, nem computador, não lerei jornais ou revistas, não assistirei a TV. Voltarei bem menos burra, espero. Grande beijo a todos!
19.12.08
Coisas do coração
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