6.9.07

Jovem, alta, musculosa, campeã. Acaba de vencer os 50 metros livres de natação na Prova José Finkel, sai da água e desmaia, em crise de convulsões. As notícias são de que a nadadora Rebeca Gusmão, que tem apenas 22 anos e ganhou 16 Kg de 2003 pra cá, ela jura que foi apenas musculação, é asmática, passou mal na noite anterior à prova e tinha tido abalos musculares após competir os 4 x 100. Mesmo assim entrou na piscina novamente, ganhou, mas, claro, não levou mais saúde pra casa. Me lembrei imediatamente do médico mineiro José Róiz, que escrevia coluna, às quintas, na Caros Amigos, autor do livro Esporte Mata. Róiz, em tempos de culto aos músculos, corpos perfeitos e dietas mirabolantes, tinha a ousadia de afirmar que o ser humano não foi feito para correr e provava, por a + b, que o esporte competitivo mata. Para ele, a humanidade é dividida entre dois grandes grupos, os longevos e os não-longevos. Os que vivem muito, e são minoria, foram feitos de um “barro especial”, em que a insulina predomina sobre o glicorticóide, que é um dos hormônios do estresse. Nos não-longevos, que são a grande maioria, ocorre o contrário, há excesso do hormônio do estresse e aí, fazer exercícios só serve pra produzir mais hormônio e mais estresse, levando a um ataque cardíaco fatal. Ou seja, esporte não é vida, nem saúde. Não sei se sou longeva ou não-longeva, sei que não espero levar a vida até os cem, mas sempre fui avessa aos exercícios físicos. Talvez tenha recebido uma forcinha da genética, sou do tipo que consegue fechar o zíper da calça apenas 15 dias depois de um parto – e na época dos meus partos as calças eram de cintura alta e bem marcada, quem se lembra? – nunca engordei ou emagreci em demasia, talvez por isso nunca tenha me rendido ao culto da malhação, nem consigo me enxergar naquelas roupitas de malha colorida, bufando em cima de uma esteira ou correndo no asfalto. Acho ir à academia uma chatice tão grande quanto ir ao salão pra fazer unhas, as minhas são curtas e sem esmalte mesmo, mas recentemente botei na telha que seria legal fazer o tal Pilates, diz a promessa que alonga e fortalece os músculos apenas com a força do próprio corpo, mas quem já foi a uma aula de Pilates viu que os aparelhos de exercícios são quase idênticos aos da tortura medieval. Não vou me alongar muito, basta dizer que a determinação durou nem três meses, parei quando notei que saía das aulas sei lá se com mais saúde, mas definitivamente com um mau humor desgraçado.

3 comentários:

Anônimo disse...

Olha, na boa, no mínimo você não encontrou um bom professor de Pilates. Mas se não rolou o Pilates, tente outra coisa. Sempre tem alguma coisa que a gente pode sentir prazer. O médico aí alerta para o esporte competitivo. Mas aposto que não é contra o exercício leve para manter a saúde. A propósito, ele é dos longevos? rs rs
Rafael

Verbo Feminino disse...

Bem, ele morreu aos 81 anos. Sim, defendia caminhadas em meio à natureza, equilíbrio na dieta, bom humor. Nada de fazer musculação 3 vezes por semana ou correr 30 minutos pra destruir tendões e calcanhares. De Pilates não gostei nadinha, talvez eu seja ansiosa demais...

Ricardo Rayol disse...

Eu sempre pratiquei esportes e competi, vivo lesionado e coisa e tal mas não mudo meu estilo ehehehehe