Reproduzi, dias atrás, um texto de Lya Luft sobre a família - é nesse texto que aparece a frase de que gosto muito: "acho o politicamente correto burro e fascista". Tá, confesso que minha intenção não era refletir sobre a família de hoje, sei que a discussão sobre o tema é muito pernitente mas a crônica da Lya, despretensiosa, contribui muito pouco. Estava interessada era na frase mesmo. E por quê? Porque, já na defensiva, sabia que estava prestes a cometer um post politicamente incorreto. Mas não resisto, lá vai:
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O Rio de Janeiro continua lindo, amigos cariocas de plantão que me perdoem, mas não tem coisa mais irritante do que papo de carioca bozó em festa quase chic!!! Estive com alguns tipos desses dias atrás - não tive a sorte da Amélie, que teve momentos randômicos e pôde conversar abóboras, abobrinhas e até sobre Fayga Ostrower, Karabtchevsky, depois de Count Basie e Duke Ellington. Nem tive como adentrar outros saaras, haveria muitos: show do Vando, problemas em animais de estimação, filme trash, frases de pára-choque de caminhão e outras miudezas, enfim, não faltaria assunto. Mas não, nada disso. Na festa quase chic lá no Rio, apinhada de moradores da zona sul, os diálogos eram mais esclarecedores e estarrecedores. Reproduzo alguns, inacreditavelmente verdadeiros:
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Carioca 1 (com aquele sotaque carregadíssimo): - Meu neto tem uma babá, de tarde, que é a mesma babá do filho do Wagner Moura, cê acredita?
Eu: - Acredito.
Carioca1 : - De vez em quando eu encontro o Wagner Moura na padaria, a gente bate um papo.
Eu: - E sobre o que vocês conversam? Sobre a babá?
Carioca 1: - A gente troca assim uns trampos sobre o tempo, essas coisas. Mólegal.
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Carioca 2 (com o sotaque mais carregado ainda, esse é um mineiro que deu certo no Rio, o tipo mais insuportável...): - Eu agora tô em forma, dá só uma olhada na barriga tanquinho!
Eu: - Impressionante....
Carioca 2: - É que eu tô fazendo vôlei de praia. Eu frequento o pedaço que frequenta o Romário, quase todo dia a gente se tromba.
Eu: ...
Carioca 2: - É, super legal. Depois eu dô um rolé pela orla e vou encontrando outras figuras legais, outro dia mesmo eu vi o Bruno.
Eu: - Que Bruno?
Carioca 2: - Aquele dos olhos azuis, a mulherada fica louca, sabe qual?
Eu: - ...?...
Carioca 2: - Um que tem um nome estranho, Gagliasso. É simpático o rapaz, sempre me cumprimenta. Qualquer dia a gente vai e eu te apresento.
...
Pode? Pode. Vai me dizer que você nunca passou por uma situação assim? Só não me pergunte como é que entrei nessa fria.
8 comentários:
Por que você não respondeu que outro dia tinha encontrado o Mário?
rsss
Como é que você entrou nessa fria?
Oi, Lu G:
Entre esses tipinhos que você cita, acho que o pior mesmo é o mineiro que se muda para o Rio e resolve puxar o "x", em substituição ao "s", imitando os cariocas. Tenho vontade de encher a boca deles de porrada cada vez ouço... Infelimente, fico só na vontade. Meu lado brucutu ainda está sob controle. Por enquanto... rs rs rs
MR
28/11 - 15:59
quer dizer que voltaste ??? e eu nem percebi ?? voltou na moita ??
ficou com saudade ?? sê bem vinda
kiss
HAHAHAHAhahahahah!Bem vinda ao meu mundo!Sabe,me internaram num manicômio,e eu nem percebí!Agora tenho que socializar com gente do brasil todo,só que os papinhos são piores!E se vc não socializa,eles fazem fofoca!Negócio da China!
Cruel e realista.
Sim, pelo que vejo a situação é bem reconhecida e reconhecível.
Chorik, não vai dar pra detalhar, não, mas não tem a menor importância.
Marcos, é isso mesmo. A maioria dos insuportáveis cariocas era de mineiros que ficaram "bem de vida" no Rio... rsrs
Ricardo, pois é, vou e volto, nem sei até quando, mas vamos indo. rs
Anônimo!Bem-vindo ao hospício! rsrsrsrs
Puts!
vou ter que deixar de ser anônimo
porque tem outro que é uma "loucura".De agora em diante assinarei :o original,tá bem!
beijos a todos.
Desculpe a intrusão, mas o pessoal está precisando se orientar melhor aqui nas festas daqui do Rio. Uma reciclada vale a pena.
Abs
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