A Amélie publicou lá no Correio Feminino outro dia bom texto do Jabor – sim, ele é um mala, mas mesmo assim tem alguns textos legais – sobre a dificuldade que as pessoas têm de se relacionar, todos querendo alguém, mas todos sendo altamente seletivos, na eterna busca da “alma gêmea”, coisa que só existe mesmo em livro do Paulo Coelho – sim, confesso que um dia li Paulo Coelho, pelo menos falo mal com conhecimento de causa. É o diagnóstico do já velhusco e solteirão Jabor, os jovens vivem repetindo a mesma queixa, a da dificuldade nos relacionamentos amorosos, mas o viés é um pouco diferente: dizem que não é difícil encontrar um parceiro sexual, e para os jovens não deve ser mesmo, mas vai parecendo impossível encontrar um (a) companheiro (a) pra vida, ninguém quer saber de compromisso, em qualquer instância. Como o já amigo Rafael insiste em receber do Verbo algumas dicas sobre as mulheres, concluo que também ele enfrenta dificuldade parecida. Pois numa roda de conversa com colegas de trabalho, no último sábado, surgiu teoria interessante para o fenômeno - sim, a besta aqui trabalha em alguns sábados, e se trabalhar aos sábados faz parte da rotina, conversas bestas no trabalho aos sábados também fazem parte. Um rapaz lançou a idéia de que a dificuldade dos jovens em assumir compromissos amorosos tem duas razões básicas: de um lado, o jovem de hoje consome tudo rápido demais e várias coisas ao mesmo tempo, o que estaria provocando dificuldade de concentração em um único foco e, sobretudo, em ir "até o fim" de qualquer coisa, incluindo aí os relacionamentos. Por outro lado, a facilidade em distribuir beijos como doces em dia de Cosme e Damião e de conseguir muitos e diferentes parceiros sexuais, desestimularia o jovem ao investimento em um único relacionamento mais duradouro. "Pra quê?", pergunta o jovem de seus 20 e poucos anos, "não vale a pena ficar investindo em uma menina, se há tantas querendo te experimentar!" O que aprendi? Notei que o jovem de hoje é menos arrogante que os homens mais velhos: percebe, pelo menos, que quem está experimentando é a mulher.
16 comentários:
Demorei porque fiquei lendo aquela maluquice a respeito de Óia...
Seguinte: não vou abusar da liberdade de expressão, não. Mas também não vou revelar minha idade... Dou uma dica: tenho CERTEZA de que são as mulheres que estão experimentando. O problema, meu problema, nosso problema masculino, é exatamente fazer com que as mulheres nos experimentem! Aí, não tenha dúvidas: a gente finge que sabe que são vocês que experimentam e é a gente que vai experimentando novas formas de fazer vocês experimentarem! Sacou?
rs rs
Falando nisso, este aqui vale a pena ser experimentado, viu? E sempre gostei de mulheres mais velhas, ops, mais experimentadas.
BEIJÃO!!
Rafael
Ops! Mulheres mais experientes... rs rs rs
Ei Luciana. O debate, meio tímido, começa finalmente a esquentar...
Rafael, alvo preferencial desse post, já nos defendeu, não vou chover no molhado. Mas também adoraria ser experimentado...
PS: Rafael foi ao blog da Amélie, e "sem a menor vaidade", acabou se saindo muito bem. Aliás, ô Rafael, se der certo, segundão qualquer coisa aí... rsrsrs
Oi, Luciana...
Sabe que eu tb tenho minhas objeções em relação ao Jabor, mal posso ouvir a voz do mesmo, como cineasta então, ui nem se fala. Mas como diz um amigo meu, é mister que demos a César o que é de César. Gosto muito dos textos dele.
Aiii, eu adorei o assunto. Me abstenho apenas momentaneamente, afinal fiquei meio desiludida com a escassez de comentários aqui no verbo. Não, não vou vestir uma máscara de tudo bem. Pq será que os homens se sentem tão alheios? Certamente não é falta de argumentos, né?
Ok. Eu não vou ficar aqui bancando o filhote de Nietzsche, vou ali cuidar da vida, quem sabe de repente cai uma chuva de sapos! Inté!!!
O que dizer? acho que na verdade todo mundo fica procurando um parceiro ideal. para viver um mundo de fantasias.realcionamentos passam por tempestades e são ciclicos, cabe a cada um ter a coragem de enfrentá-las. o resto que se dane.
Olá, Luciana.
Estou aqui porque vi, lá no Ricardo Soares, sua frase sobre Brasília: “coração perfeito de um país imperfeito”, frase que peço permissão para adotar.
Naveguei bastante aqui pelo Verbo Feminino e começo pelos elogios: belo visual, bom texto, humor na medida, temas instigantes. Mas o de que mais gostei, aqui neste ambiente, foi o convite à opinião. Em poucos blogs a discussão é tão aberta e é uma pena que os comentários não recebam o mesmo destaque dos textos publicados.
Como este é um espaço das mulheres (está muito bem destacado e ilustrado lá em cima) que os homens, pelo que vejo, adoram penetrar, vou me dirigir aos homens que aqui comentaram, pra dizer o que uma mulher pensa sobre isso:
- Rafael, pelo que deduzo, está em faixa etária diferente da blogueira, certamente mais novo do que ela, mas deve ser mais velho que o rapaz dono da frase do texto. Rafael deve estar entre os 30 e os 40, aquela idade em que os homens já experimentaram muito, querem experimentar ainda mais, mas sabem que serão logo fisgados (se é que ele já não foi) ou desejam ser fisgados logo. Já RM e Ricardo Rayol certamente passaram dos 40, no caso do RM percebemos não apenas pela (boa) articulação, como também pela presteza com que aceita ficar “em segundo”. No caso do Ricardo, está lá a foto.
- Sobre o rapaz de 25 que fala através do texto, creio que cometeu ato falho na frase. Nessa idade o rapaz pensa que está conseguindo “faturar” muito, mas as tentativas só dão certo por decisão exclusiva das mulheres, são elas que fazem as escolhas, que dão o “aceite”, digamos assim. E como as fêmeas jovens são atiradas, os rapazes ficam à espreita, esperando, confortavelmente, ser o escolhido (para os machos nesta idade a quantidade ainda vale mais que a qualidade, vale ser escolhido por qualquer uma). Chegará o rapaz à idade do Rafael, quando a quantidade começa a perder a importância e quando o homem começa a descobrir as delícias das qualidades de uma mulher específica (ou de mulheres específicas). Mas chegará Rafael à idade de RM e de Rayol, quando os homens voltam a buscar certa quantidade, suportando sem reclamar até ser a segunda escolha de uma mulher.
- E a mulher? Essa sabe, desde mais novinha, que a melhor experiência é a da diversidade, mas com o mesmo homem (isso não significa que ela não terá um certo número de parceiros ao longo da vida). A qualidade e a quantidade caminham de mãos dadas. A mulher tem a chance (que nem todas aproveitam, é verdade) de se tornar verdadeiramente experiente, sem ser tão experimentada. É isso o que mais assusta aos experimentados e inexperientes homens, de todas as idades.
Um abraço,
Anna Rachel, de Brasília.
Haha, vou fazer aqui o papel da blogueira (ela fica danada da vida...rs):
1- Rafael, LG falou prá você não aproveitar...
2- RM, você já começou a chatear a Amélie de novo? "O que se há de fazer?"
3- Amélie, cumé que é? "Filhote de Nietzsche"? Num entendi porra nenhuma...
4- Rayol, bom comentário, edificante...
5- Anna, que comment garota? Pelo vocabulário não deves (a la Luciana) estar abaixo dos 35-40, mas certamente "jovem". Aliás, esta faixa etária vem a ser muito boa para experimentações... Tirando as inferências do "segundão" (qualé jacaré, eu gosto de ser é primeirão), diria que esgotou o assunto com seu excelente comentário.
Oi, Luciana.
Entrei aqui hoje duas vezes de manhã e fique pensando “comento”, “não comento”. Aí voltei e encontrei os textos da Amélie e da Anna Rachel. Mas o que eu ia comentar eu não vou mais, fico com medo de escrever bobagem depois do texto da Anna Rachel, que já disse tudo rs rs rs.
Só vou dizer o que todos já sabem. Na verdade vamos todos ficando experientes, só que isso leva tempo, né? Mulheres e homens experientes são um pouco mais velhos, infelizmente. E aí a gente sente tanta saudade do tempo em que a gente não era experiente... Imaginou se a gente pudesse voltar no tempo carregando a experiência nos relacionamentos? Ia ser mamão com mel.
Um beijo,
Cláudia
RM,
Você está é com inveja, cara!
Até a Anna Rachel, que é nova aqui no pedaço, já percebeu que tenho mais chances de ser o primeirão! rs rs rs
A Anna só errou minha idade, ainda estou naquela fase da quantidade (ou minha idade mental está), mas é claro que prefiro a quantidade com experiência, isso que é sopa no mel...
A pergunta de hoje é: Cláudia, você é bonita? rs rs rs
RM,
Você está é com inveja, cara!
Até a Anna Rachel, que é nova aqui no pedaço, já percebeu que tenho mais chances de ser o primeirão! rs rs rs
A Anna só errou minha idade, ainda estou naquela fase da quantidade (ou minha idade mental está), mas é claro que prefiro a quantidade com experiência, isso que é sopa no mel...
A pergunta de hoje é: Cláudia, você é bonita? rs rs rs
Quê isso Rafael? Cê tá "enfatizando" o argumento, de novo e repetidamente (rs), só prá ver se cola... Luciana já me falou que prefere homens maduros... rsrs
RM,
Pq essa animosidade gratuita (em relação a minha pessoa) flutuando no ar? (risos).
Será algo sintomático? Vou dar uma colher de chá p/ ver se passa, tá?
"Filhote de Nietzsche" no meu neologismo tupiniquim means: “pessimista”, ok?
Mas isso tudo, pq lá no fundo, bem no fundinho (sem trocadilhos, se possível) eu gosto de bancar a
"drama queen" com a finalidade nobre de instigar os encantos da masculinidade.
Já que eu estou no inferno, aproveito o ensejo, sem adentrar esse saara que é a questão do primeirão, segundão, terceirão, whatever (afinal gosto é gosto) e confesso que foi oportuno fazer vista grossa à sua opinião sobre o Rafael ter se dado bem lá pras bandas do meu blog!
Anna Rachel,
Guria você é das nossas. Bem chegou e já disse ao que veio, mas meu senso íntimo diz que o Rafael sequer chegou aos trinta.
Wait a minute, Mrs. Postwoman...
Animosidade? Eu, euzinho? Pois que a estou homenageando todo o tempo com um clássico dos clássicos da mpb, salvo engano letra (lyrics) de Mário Lago?
A senhora que não parece perder uma chance de soltar a bota, mas, reconheço, com classe: sofisticated lady until in the name...
"Bandeira branca, amor..." Outra daquele tempo...
Olá, Luciana e demais blognautas:
Para manter a minha tradição de contestar as opiniões majoritárias e dominantes que pintam por aqui:
1) saio em defesa do Arnaldo Jabor, que, sobre ser um grande cineasta (Toda Nudez Será Castigada é obra-prima), é o melhor texto da imprensa brasileira atual; e o analista mais lúcido do tempo em que vivemos, sobretudo da triste realidade brasileira, inclusive na sua coluna no Jornal da Globo. Discordo também de ele ser chamado de velhusco e de solteirão. Ele foi casado durante décadas com uma das mulheres mais charmosas deste país, a Glorinha Kalil, que põe muitas mulheres mais jovens no chinelo.E se ele está sozinho (sinceramente, não sei), uma coisa é certa: é por opção individual, pois devem chover mulheres interessantes no seu pedaço.
2)Sei que vocês vão achar que este meu segundo comentário é argumento de outro "velhusco", mas idade não quer dizer rigorosamente nada. O que interessa é a cabeça, o vigor e a volúpia de saber viver intensamente; e isso não tem nada a ver com juventude -- aliás, não estou vendo ninguém assim tão jovem no pedaço.
Desculpem-me, mas meu papel aqui neste blog é de quebrar essa monotonia das concordâncias repetidas.
Abraços a todos e até...
Marcos Rocha
6/11 - 19:57
Nossa!!!
Gente, saio um tempinho de casa e vocês fazem essa bagunça??? rs rs
De tudo o que foi dito, o mais importante veio da Anna Raquel – bem-vinda, volte sempre! – é mesmo uma pena que os comentários não fiquem com o mesmo destaque dos textos do post. Não conseguimos isso no Blogger, vou dar uma estudada. Eu, por exemplo, gosto MUITO mais dos comentários do que dos textos!
Não vou responder um a um, enumerando pela ordem de entrada, como costumo fazer, o RM já fez isso por mim, né? Repara não, viu gente? É que nós estamos tentando bolar um blog coletivo – e temo que o resultado vai ser o caos completo, MR deve já estar se arrependendo da idéia. Rs rs
MR, quem chamou o Jabor de “velhusco e solteirão” foi ele mesmo, no (bom) texto que a Amélie publicou lá no Correio. Sei bem que o velhusco se dá muito bem, obrigado, mesmo porque fama e poder são grandes afrodisíacos, né? Eu também gosto dos textos dele, mas que ele é mala, ah isso é! E concordo com você, não é uma questão de idade, conheço jovens bem experientes (estamos falando de relacionamento) e gente que chega aos 70 como uma criança, emocionalmente falando.
Rafael, comporte-se! Não vá espantar a Cláudia, que já declarou mais de uma vez que tem timidez pra escrever aqui. Cuidado, Rafael, a amiga Amélie acaba de me ensinar como remover comentários! Obrigada, Amélie!!
Ahahahah! Me divirto com todo esse papo! É sempre muito bom visitar o Verbo.
Parabéns, Luciana, pelo novo visual. Está muito bacana e a imagem do topo tem tudo a ver com esta "suruba de idéias". Um barato!
Beijos e longa vida ao Verbo!
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