Nunca tinha ido, sempre com a mesma desculpa de que o velho continente tem mais a oferecer e a ser visto do que o pobre Portugal. Pois descobri que visitar a terrinha é obrigatório – pelo menos para os poucos do lado de cá que têm a oportunidade de viajar além-mar de vez em quando. Lisboa é mesmo lindinha, Cascais e Sintra nem se fala, mas o que mais me impressionou mesmo foram os portugueses – mamãe já me dizia que era preciso ter um filho para entender a os próprios pais – pois é preciso conviver com os portugueses para entender o Brasil e nós, pobres brasileiros. Afora a lógica dura, incapaz de expandir mais de um metro, o que rende a infinidade de piadas que cultivamos sobre nossos co-irmãos, me impressionei com a grosseria e a falta de traquejo – entendi num átimo, inclusive, que Mr Almost é injustiçado aqui na confraria, deveria ser compreendido como o mais gentil e delicado dos homens... portugueses. Funcionários postados debaixo do imenso i das tendas de informação turística, garçons e atendentes de restaurantes voltados para estrangeiros, motoristas de ônibus e de táxis, não importa quem, se você fizer a mais banal das perguntas obterá uma resposta estúpida e cuspida em tom de fúria. Na informação turística: “como se carrega o cartão do metrô?” Resposta com ar de desdém: “não é aqui.” No restaurante caro: “o filé vem acompanhado de batatas fritas?” Resposta furiosa: “está escrito batata frita aí no cardápio? Então não tem”. Ao policial, na rua: “por favor, onde fica o metrô?” Resposta já de costas, continuando a andar: “debaixo da terra, procure as placas”. Juro!!! Ultrapassa a já famosa limitação do raciocínio lógico (abro parêntesis para uma placa “informativa” nas estações de metrô: “esta entrada fechará às 21h30. Use a aberta” rsrsrs), rola mesmo é uma falta de vontade e de interesse em compreender e ajudar o outro, o que pode condenar nossos patrícios a ficarem cada vez mais apartados do resto do mundo, mais que limbo da Europa. Bem, depois da experiência deu pra entender a importância do nosso clima ensolarado e, sobretudo, da miscigenação de nossa raça brasileira, que bom que índios, negros, italianos, japoneses, turcos, judeus etc.etc. ajudaram a diluir o sangue português que corre em nossas veias. Ah! O povo na rua é igualzim a gente mesmo, e isso é bem legal, porque bem familiar: gente baixa, em geral feia, quase sempre mal vestida. Entre esses iguais às vezes é fácil bater papo agradável e obter informações úteis.
18 comentários:
Ei Luciana,
bem-vinda. Vejo que se divertiu à beça...
Não tenho como opinar, ainda não tive o prazer de visitar a terrinha-mãezinha.
Elianinha anda também por lá, inclusive nos trazendo ótimas "reportagens" em real time (acho que você deve contratá-la como correspondente...). Dia desses contou sobre umas tais "bolas de Berlin", que vem a ser, nada menos que o quitute conhecido por aqui como "sonho".
A propósito de sonhos teria mais algo a lhe contar, mas deixe pra outra vez...
E não se avexe se a falta de tempo não lhe permite postagens e visitas diárias; só não desapareça! E se você ainda quiser, aceito o convite de fazer uma postagem semanal para a mais mineira de todas as paulistas...
Lu, que bom que está de volta. Para nós, claro, pque vc ficaria mais, não?
A primeira vez que fui a Portugal tentei me desarmar de qualquer espírito de prevenção. Mas logo no aeroporto, quando vi um funcionário limpando uma daquelas portas automáticas sem desligá-la e tendo de interromper a todo mundo que alguém passava por ela, achei que não iria rolar mesmo esse desarme.
Mas o país é lindo, fácil de atravessar, uma delícia. E Espanha? Paris? Estou doida pelos seus próximos relatos.
Pelo menos não foi vítima do apagão argentino como eu. rs.
Bjs
Olá, grande Lu G:
Também estou feliz pela sua volta e, também, pelo bilhete que deixou no PG, que recebo como um grande elogio.
Sobre Portugal, ainda não estive por lá, mas pretendo ir exatamente como você sugere, para ver as belezas do país, que são muitas.
Já, quanto aos portugas, são tantas as histórias, casos e piadas que a gente ouve que não chega a surpreender o seu relato.
Pelo que vejo, a grosseria campeia solta...
Abração,
MR
31/7 - 13:45
Rsss...
Diga lá se não sou um mimo, hã? E estafava-me eu a apregoar que sim, que sim, que sim, e ninguém me levava a sério! Foi preciso você ver com os próprios olhinhos!
Falando sério: Ao contrário do que sucede no Norte, as pessoas em Lisboa são muito antipáticas e nada acolhedoras. Mesmo nós, nortenhos, somos maltratados lá.
Um dia, peguei um táxi em Lisboa e tentando estabelecer um diálogo com o motorista, falei:
- Hoje está um dia agradável, quente!
- Estão trinta graus centígrados.
- Mais parece um dia de Verão.
- Até ao dia 21 é Primavera.
- Sim, mas eu queria dizer que está tanto calor...
- Trinta graus centígrados.
- ... Que nem parece Primavera.
- Até ao dia 21 é Primavera.
- No Norte está mais fresco...
- Aqui estão trinta graus centígrados.
- O Largo de São Domingos fica longe daqui?
- Fica na baixa.
- É longe?
- É na Baixa.
- A Baixa é longe daqui?
- Não.
- Dá para chegar lá a pé?
- Dá.
- Então encoste e deixe-me aqui.
- Quer que encoste para sair?
- Quero.
- Aqui não posso encostar.
- Encoste logo que puder, bolas!
(Quinhentos metros à frente encostou e parou. Eu paguei e saí. Para chegar ao Largo de São Domingos tive de caminhar perto de uma hora!)
Lu G, que bom (pra nós) que voltou!
Obrigada pelo elogio da foto! Aquelazinha sou eu, que não enxergo nada da tela do computador sem meu fiel amigo (óculos da idade..rs)... Achei que vocês deviam saber disso...rs
Nos meus planos de final de ano está Portugal... e meu sobrinho quando esteve por lá veio exatamente com informações similares às suas...
O Almost, pelo menos comigo, sempre foi um gentleman... E tenho certeza que não é interpretado de forma correta por muitos...rs Enfim, ainda bem que ele não se comporta como seus patrícios...rs
bjs
Mara
Bem-vinda, conterrânea!
Espero que tenha aproveitado a viagem.
Já ouvi dizer que Portugal é lindo e que, sem os portugueses, seria o paraíso.
Infelzimente não conheço, mas adoraria, embora eu não suporte pessoas rudes e grosseiras. Mas acredito que a beleza do lugar compense a falta de educação, não é? Ou não?? rsrs
No youtube tem uns vídeos muito engraçados com entrevistas com portugueses. Tudo muito dentro do que você narra.
Grande beijo e welcome back!
Ei, moçada!!!
Pois é, como tinha adiantado ao RM, não conseguirei manter a atualização do blog no tempo em que deveria/gostaria. Pelo menos por um tempo.
Então, claro que a ajuda do amigo será mais que bem-vinda! Podemos fazer a "Quarta RM" ou a "Sexta RM", que acham? Vamos combinar então!!
Sobre os comentários, fiquei alivida em saber que não ocorreu apenas comigo!! rsrsrs
Quase chorei de rir (fiquei vendo a cena) do relato da Patty, imagino o sujeito correndo atrás da porta giratória para limpá-la. rsrsrs
E MR Almost deu um depoimento pra lá de importante! Quer dizer que essa é uma característica de Lisboa???? Pode ser, realmente fui tratada com respeito pelo garçom do excelente restaurante em que comemos memorável bacalhau em natas, em Sintra. E com uma gentileza ímpar pelo motorista do ônibus de turismo da mesma cidade, com uma paciência assombrosa para explicar os roteiros a cada turista, em várias línguas, na mesma cidade.
É uma pena, né? Lisboa é linda, e é porta de entrada da Europa, ou deveria ser...
Beijos a todos!
Ana Paula, assim que der passo lá, ok?
Pode ser só besteirol? (Como se eu tivesse alguma coisa séria pra falar...)
Então tá: toda sexta.
Não vejo a hora de chegar sexta-feira....
Boralá RM querido... E LG, iniciativa, como sempre, mil!
bjs
Mara
Ei querida,
fiquei sem saber qual o dia em que você prefere publicar, se quarta ou sexta...
Te mandei uns textinhos, caso queira publicar amanhã.
Beijão!
Aí turminha,
acho que meus textinhos não foram aprovados. Estavam politicamente incorretos demais!
(rsssssssss)
Rssss...
Você penetrou em espaços que não podia (devia) penetrar...
Nada disso RM, acho que a LG está ocupada...
RM, não chore! Manda pra mim que eu publico.. afinal, estou totalmente sem tempo!
Aliás, por que não???
Quarta ou sexta na LG e sexta ou quarta na Maroca????
bj
Mara
Lu do coração:
tenho tanta história dessas pra contar que nem sei...
Mas do pouco que vi, o que impera são portugueses apressados e com uma lógica obtusa, mas vi casais discutindo, mães falando com os filhos e me pareceu que há um certo espírito comum, entre eles, de fúria e grosseria, que é mais ou menos comum. Mas tive histórias ótimas, de delicadezas. Agora, os serviços, nem pensar. Sofremos mesmo. Até no Banco do Brasil fui tratada neste estilo peculiar. Compensação, em Viana do Castelo, ganhei doçura da dona Carmen, em Tomar, mais doçuras com a Candida, vendedora de frutas. Pelo jeito, como diz Mr Almost, há cidades que são mais acolhedoras mesmo. Sofri no aeroporto e não voltaria pelos portugueses desconhecidos. Volto, e logo, pelos amigos que tenho lá.
Falando nisso, desvendei alguns segredos de Mr Almost. Vou ver se a Mara permite publicar no blogue dela!
Volte logo...
Se vc não aparecer, vou aí em BH, bater na sua porta.
Beijos, linda...
Já vi comentarem do seu blog em outros blogs, aí veim conferir e ADOREI!!!
Aliás, adorei as respostas dos portugueses hahahahahhahaha.
Muito prazer!
beijos
Saudades, dona Verba...
Vai voltar mais não?
(caramba, nunca vi gostar tanto de boteco assim...)
Ei Luciana,
sei que você está meio sem saco pra blogs, mas resolvi, finalmente, criar um dito.
Sua visita é muito importante pra mim:
http://erreeme.blogspot.com/
Que Blog bacana, parabéns!
Noé
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