26.6.08

Meninas lindas

Elas são lindas, lindas. Rostos expressivos em corpos perfeitos, em alturas e tamanhos diferentes. Uma é baixinha, com os olhos azuis mais incríveis que já se viu, outra tem os cabelos cacheados como pedimos todas a Deus, uma terceira exibe uma maravilhosa cortina cor de chocolate com mel, cabelos mais invejados ainda. Esta tem o rosto de modelo, nariz arrebitado e sobrancelhas perfeitas, a outra tem o nariz ligeiramente adunco que aumenta a expressividade do sorriso largo e dos olhos negros. Aquela é alta como manequim, metro e meio de pernas. São lindas essas meninas, e não é a beleza obrigatória do viço da juventude, são lindas porque são. Algumas são amigas desde a primeira infância, outras se achegaram na adolescência, fase em que surgem as melhores amizades, ou as amizades verdadeiras. As meninas lindas, com idades entre 27 e 30 anos, já feitas na vida, estão sempre juntas ou se reagrupando. E num dia desses, em que 8 delas se reuniam para um papo que assumia ar de sério, estiquei ouvido, que tanto conversam essas meninas? Não pareciam preocupadas, é verdade, mas o tema era o casamento, apenas uma dessas meninas lindas já se casou, e bem recentemente. Não faltam candidatos a essas meninas, que aproveitam bem a vida e não se apertam pra conseguir companhia, mas não se fixam em ninguém. E por que o tema é o casamento? Medo de perder o tempo da maternidade, explicam. Tempo que ainda há, mas não de sobra. As meninas lindas querem ser mães, mas querem filhos com pais bem presentes – aí parece residir o problema, dizem que os homens não estão valendo muito a pena. Uma delas, atualmente acompanhada por rapaz educado, gentil e lindo, reclama que o moço beira o egoísmo, não a consulta pra nada, filme, programa ou amigos. Outra tem queixa contrária, o moço dela não decide nada, nem filme, nem programa, nem amigos. Para as resolvidas meninas lindas, os homens ou são resolvidos demais ou são resolvidos de menos...

15 comentários:

Anônimo disse...

Ei Luciana,
convide as meninas a opinar! Estas mesmo, as quais você se referiu.

Tenho visão muito pessoal sobre o assunto, não descarto a possibilidade de estar redondamente enganado, mas acho que vivemos tempos de excessiva infantilização dos jovens, independente do sexo.

O que resulta em "adolescentes" de 30 anos, hedonistas, inseguros e sem iniciativa. (Culpa, obviamente, dos pais)

Anônimo disse...

Tadinhas das meninas lindas! Se a parada está tão ruim para elas, o que não falarão as gordas, velhas e feias!

Se calhar, a solução é em vez de perseguirem arquétipos idealizados, tentarem entender e aceitar os homens como eles realmente são - decididos ou indecisos, ousados ou vulneráveis.

Verbo Feminino disse...

Mr., peninha eu tenho não. Encalhadas no sentido clássico também duvido que ficarão. Filhos? A maioria os terá em produção independente. Ou em casamentos que tendem, como os dessa geração, a não durar... O problema, como você diz, acho que passa, sim, pela aceitação.

RM, vou convidar as meninas lindas, sim. Mas reparo que as meninas lindas aqui da blogosfera também ainda não vieram... rsrsrs

Culpa dos pais? Certamente. Mas esse papo de "a culpa é da sua mãe" tem limites, até na cadeira do psicanalista, né? rsrsrs

Acho que tem sim uma infantilização, ou um prolongamento da adolescência. E tem também uma dificuldade grande de escolha.

Li outro dia num artigo tese interessante sobre os problemas de encontros e desencontros deste milênio. Até a Idade Média não havia escolha, não se fazia escolha. Os relacionamentos eram predeterminados.

Depois, até o século XIX, mesmo com o romantismo etc., uma pessoa topava com, via, sabia, de 5, 10 pessoas "maravilhossas", no máximo, ao longo da vida!

Agora topamos com milhares de Giseles, Brads etc. Mulheres e homens de corpos perfeitos, mentes brilhantes, vida glamourosa...

São milhares de pessoas "maravilhosas", "ideais", com quem topamos (nem que virtualmente) na vida. E as pessoas vão ficando com a sensação de que as que estão ali à mão não servem...

Como diz Mr. Almost, há uma idealização. Mas repare que isso se agrava porque o "ideal" parece estar pertinho, ao alcance, está nos filmes, na TV, a um clic na Internet. Dia inteirinho tem um ideal ou uma possibilidade de idealização trombando na gente...
Podemos até imaginar o Roberto, como Mara provovou lá no Leve&Solto, como um irreal modelo masculino - cada uma imagina o que quiser...

Você mesmo já comentou aqui que havia criado um "imagem" dos amigos da blogosfera, imagem difícil de apagar mesmo quando a amizade sai do virtual para o real, né?

As meninas lindas, que são o ideal de muita gente, são seletivas demais? Nem sei se é isso, talvez seja uma incapacidade de aceitar as imperfeições... Tô viajando na maionese? rsrsrs

Anônimo disse...

Não sei se você está viajando na maionese, querida; ao menos não mais do que eu próprio.

Mas quero pegar um gancho que você deixou: os argumentos, da forma em que ficaram dispostos, nos fazem acreditar que o problema seria um certo excesso de "oferta" (desculpe a linguagem de economista) de relacionamentos.

Ora, não parece fazer muito sentido. Lembra-me o comportamento das crianças em uma loja de brinquedos: desejam todos, querem todos os brinquedos. Precisam, enfim, que um ADULTO faça a ESCOLHA por elas.

Também não acredito muito na oferta "virtual": o cinema e a TV existem há muitas décadas e não parecem ter causado o mesmo efeito em gerações passadas, inclusive na nossa. A internet é novidade, mas em essência em nada difere das demais: é simplesmente mais uma mídia.

Não comentei aqui sobre um caso genérico, mas especificamente em relação a você. Mas isto nunca foi empecilho para que eu me tornasse seu amigo "real". E saber lidar com a fantasia e a realidade, diferenciá-las (até o limite do possível), não é o que, de certo modo, distingue adultos de crianças?

Roberto disse...

Respondo eu...

Tá viajando na maionese não!

Sou novo na blogosfera mas já saquei o perigo da idealização. O maior deles é que essas pessoas maravilhosas, você, Mara, Difusa, Elysa e tantas outras, não estão ao alcance não.

Nem as siliconadas tunadas como diz RM. Nem as gostosas lá no PG. Tudo imagem. Tudo mera imaginação.

O bacana é que a gente pode num dia brincar e se entupir de escrever e pensar bobagem. No dia seguinte a gente encontrar um bom e instrutivo bate-papo.

As meninas lindas um dia irão crescer, não se preocupe! RS

Grande beijo, grande Lu!

Roberto

Patty Diphusa disse...

Boa, Roberto, gostei. A diferença é que elas idealizam quem elas conhecem, de alguma maneira. A gente sempre faz questão de enxergar no outro o que queremos ver e depois cobramos porque eles não têm aquilo que nós enxergávamos.

Bjs querida

www.planogeral-marcosrocha.blogspot.com disse...

Oi, Lu G:

Não tenho quase nada a acrescentar em relação ao que já foi dito pelos que participaram até agora. Concordo com a maior parte das observações feitas.
Acho, apenas, que o texto e os comments, da mesma maneira como a mídia e cultura contemporânea, dão ênfase demais aos aspectos físicos das "meninas lindas", "poderiam até ser modelos", etc., quando esse é apenas um detalhe.
Na hora de decidir, os homens querem mulheres interessantes, com conteúdo, afetivas e companheiras, que podem até ser bonitas, mas como um plus, e não como ponto essencial. Parece que estas últimas também estão escassas no mercado...


Abraços

MR
26/6 - 15:03

leve solto disse...

Me chamaram??? rs

Lú G, perfeito seu blog e as opiniões da turma da confraria.

Concordo que aqui na blogosfera brincamos bastante, mas temos oportunidade de trocar idéia com pessoas extremamente inteligentes e interessantes.

O ideal de homem ou mulher não existe. O que encontramos é uma situação que nos leva à parceiros ideais aos nossos olhos e coração por um determinado tempo.... ou para alguns "para todo o sempre".

As meninas lindas pensam muito diferente do que nossa geração (permita-me incluir alguns que nem sei se são realmente da minha idade). Como dizia minha avó: quem pensa muito não casa! Parece brincadeira, mas não é.
Em algum momento da vida encontramos um alguém que nos fará pensar em casamento, filhos, família etc.
Por exemplo: Não concordo quando algumas pessoas dizem que o meu casamento não deu certo. Claro que deu. 21 anos é muito para os padrões atuais. Apenas em algum momento sentimentos se perderam, crescemos, mudamos, divergências apareceram...Ficou o carinho, o respeito que as vezes no casamento se perdem.

Não vou questionar sobre as produções independentes pois tenho opinião divergente de muitos.

Enfim, este post foi ótimo para o Almost perceber que quando quero (quase nunca rsrs) falo sério!!! rs

bjs a todos (virtuais ou não, com muito carinho)

Mara

PS.: Mas que seria uma farra um super encontro da confraria.. ah seria mesmo!!!rs

Roberto disse...

Só mais uma coisa:

Não entendi direito como vim parar nesse grupo, vejo que vocês se conhecem há mais tempo, alguns se conhecem pessoalmente.

Nem lembro mais qual blog vi primeiro, se o da Difusa se o do Marcos Rocha.

Mas queria dar o depoimento de que não acredito (mas às vezes acredito muito) em acasos. Muito bom poder rir e me encontrar com vocês de vez em quando.

Marcos, vejo que aqui nessa "confraria" (tem cara de coisa do RM) o professor é você. Grande prazer.

RM, rapaz, a gente vai ter que se encontrar um dia pra jogar conversa fora e rir um bocado. A gente se encontra meia hora antes das moças chegarem pra trocar todas as informações possíveis, pode ser? RS

Um abraço a todos, até amanhã!

Roberto

leve solto disse...

Roberto, pode ser!!!! rsrs

Eliana Mara Chiossi disse...

Lu

já disseram tantas coisas aí acima.
Acho que homens e mulheres são presos a um imaginário idealizado e esse imaginário gosta muito de comidinhas fartas. Os homens dizem que querem mulheres legais, sensíveis, companheiras, etc, mas sonham com as modelos.
Será?
Atualmente, acho que as relações estão presas a discursos demais. Antes de estarmos com alguém, já estamos pressionados por discursos, ideologia, slogans, plataformas.
E aí, faz falta um filtro que nos leve de volta a um lugar mais próximo do corpo e do coração.
Mas isso tudo eu escrevi para participar, mas acho que tudo que escrevi pode ser uma fieira comprida de bobagens.
Gosto é de seu jeito de fazer recortes do cotidiano e atiçar os comentários.

Beijos,

Verbo Feminino disse...

Bobage nada, amiga.

É isso e tudo o mais que já foi dito.
Aproveito para registrar que de jeito algum reputo ao excesso de oferta, como diz os economista RM a responsabilidade maior pelas dificuldades nas relações.

Mas creio sim que a idealização - que caminha junto com a infantilização - é um problema atual.

E a falta de compromisso. Com a própria vida, com as próprias escolhas e com o outro, né?

Bom demais bater papo contigo!

Beijo!

Ana Paula Siqueira disse...

Aqui, nem sei o que falar!! (rsrs esse "aqui" vai para o Roberto!!).
Mas já que as "meninas" lindas foram convocadas, tive que dar o ar da graça, né??!! rsrs
Eu acho muito triste toda essa idealização do par perfeito, principalmente porque ele está sempre ligado à aparência. Se você está fora dos padrões, está fora das chances de ser feliz ao lado de alguém.
Sessão terapia rapinha: tive uma adolescência péssima. Gordinha e sempre excluída. O que mais eu ouvia de meus irmãos era: se não emagrecer não vai arrumar namorado.
Meninos, num é que isso ficou entranhado em mim até hoje? Só namorei depois de emagrecer ( e para meu azar, casei com o marmota. Ou seja, namorei UMMM!). e aí veio a separação (lembrem-se: casamneto = kilinhos a mais). Cheinha e sozinha. Quem é que fazia entrar em minha caixola que eu poderia ter a chance de achar alguém e tentar ser feliz de novo??? NOBODY!! E dá-lhe remédio para emagrecer.
O pior de tudo é que, memso com duzentas terapias, isso não sai. E aí vem o mais triste: repasso para minha filha, que está muito mais gorda do que eu era. Essa porcaria de padrão de beleza, martelando toda hora na cabeça da gente, chega a ser cruel.
Como disse MR, até os posts estão sempre valorizando as gostosas.
E o teor dos textos, muitas vezes (não dos blogs que frequento, claro)possui um "quê" de exclusão, seja intelectual, seja sei lá o quê. Até as relações virtuais acabam se tornando seletivas (e acho que devem ser mesmo), mas sempre pelo aspecto do "eu sou bom e não dou papo para qualquer um".

Acredito que todos temos algo de bom para acrescentar. E essa de homem perfeito (ou mulher perfeita) não existe.
Estamos nos tornando seres cada dia mais inseguros, e/ou mais dispostos a não escondermos as limitações. Homem só precisa ser aquilo tudo que falamos, lá no leve&solto. Acho difícil lidar com a inversão dos papéis, mas acho justo com os homens, pois sempre estiveram na posição de fortes, provedores, machos. E isso deve ser um saco!

Para quem não tinha o que falar, exagerei né? hehe
mas concordo com, praticamente, tudo que foi dito aqui.
Beijos a todos!

Anônimo disse...

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